TERAPIA ABA: CONHEÇA ESSE MÉTODO

A análise do comportamento aplicada ou análise comportamental aplicada, conhecida por sua sigla em inglês ABA, é aplicação da psicologia comportamental que ficou muito conhecida no Brasil por sua adaptação para o tratamento de crianças com diagnóstico do transtorno do espectro autista


ABA trabalha os comportamentos observáveis e modificáveis. Como a socialização por exemplo.

Por ser uma Intervenção Intensiva, a Terapia ABA deve estar presente em todos os ambientes em que a criança está. 

 Nos Estados Unidos, a Intervenção em ABA chega a atingir a média de 40 horas semanais de trabalho. 


ABA é o tratamento baseado em evidências científicas.

Desde a década de 60 pesquisadores nos Estados Unidos têm se preocupado em validar práticas baseadas em evidência na medicina. Para isso, em 1992 foi criado o manual denominado Evidence-based medicine ou Medicina baseada em evidência (EBM), uma ferramenta que tem o objetivo de guiar de forma mais precisa a decisão de profissionais da saúde na indicação de tratamentos que possam, de forma mais eficaz, promover a saúde do paciente ao integrar as melhores evidências científicas disponíveis. Em seguida, a mesma linha de raciocínio foi seguida por diversas outras áreas como fonoaudiologia, educação e psicologia constituindo o manual Evidence-based practice ou Práticas baseadas em evidência (EBP).

A terapia ABA possui grande suporte científico e tem sido o método de intervenção mais pesquisado e amplamente adotado, sobretudo nos Estados Unidos e no Canadá, para promover a qualidade de vida de pessoas com TEA (Camargo; Rispoli, 2013). Ele busca avaliar, explicar e modificar comportamentos (Cartagenes et al., 2016). A Análise do Comportamento, que se estrutura sobre a ideia de que o comportamento é modelado pelo ambiente por meio das consequências. Desta forma, se um comportamento é seguido de uma consequência favorável (reforço), ele tende a continuar e até aumentar de frequência; mas se o comportamento não é reforçado, ou se o tipo de reforço usado não é mais gratificante, o comportamento tende a diminuir de frequência e até extinguir (Camargo & Rispoli, 2013, Fisher & Piazza, 2015; Nascimento & Souza, 2018, Roane et al., 2016).

TEA: TRANTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que atinge aproximadamente 70 milhões de pessoas no mundo - 1% da população mundial (American Psychiatric Association [APA], 2013; Organização das Nações Unidas [ONU], 2016; Roane, Fisher, & Carr, 2016). Índices que determinam o aumento de interesse da comunidade acadêmica e de investimentos para a compreensão desse transtorno, com construção de ferramentas de identificação precoce e criação de tratamentos acessíveis e eficazes, principalmente na infância.


Após extensa revisão de conceitos, atualmente é possível configurar o TEA como um transtorno complexo, que possui uma ampla variação de formas, que podem variar quanto à intensidade dos sintomas e prejuízos gerados na rotina do indivíduo (Rosa, Matsukura, & Squassoni, 2019). Engloba um leque extenso de patologias, antes independentes: autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger (APA, 2013).


O Transtorno possui três características persistentes, que podem se manifestar em conjunto ou de forma isolada: (a) dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos; (b) dificuldade de socialização; e, (c) padrões repetitivos e restritos de comportamento (APA, 2013; Lemos, Salomão, & Agripino-Ramos, 2014; Nascimento & Souza, 2018; Oliveira et al., 2014).


Tais características afetam a capacidade de indivíduos com TEA de funcionar adaptativamente na sociedade, interferindo na integração de crianças com o transtorno dentro da família e da escola, e de adolescentes e adultos na comunidade. Isso porque possuem resistência em iniciar ou estabelecer uma conversa fluida, compreender relacionamentos e ajustar comportamentos para se adequar a um contexto social. Apresentam uma deficiência nos comportamentos comunicativos não-verbais, que consistem na dificuldade em manter contato visual com o outro e na linguagem corporal, compreensão de gestos e expressões faciais. Evidenciam também padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, que se fundamentam em movimentos motores, uso de algum objeto insistentemente e falas estereotipadas ou repetitivas, conhecidas como ecolalias (APA, 2013; Nascimento & Souza, 2018; Roane et al., 2016).


Ao reconhecer as características fundamentais do espectro e os déficits comuns nas habilidades sociais e no comportamento, faz-se necessário contribuir para uma melhor adaptação das pessoas com TEA na sociedade. Para tal, diversas técnicas, de diferentes áreas do conhecimento, têm sido propostas para intervenção e realização de tratamentos em busca, não da cura, mas de auxílio no desenvolvimento das habilidades do sujeito, melhorando suas interações e tornando-os mais independentes em todas as suas áreas de atuação (Ribeiro, 2010).